Doença? Que nada! Frescura!

Eu acho que o vice-presidente no exercício da Presidência, Michel Temer, deveria fazer uma reunião ministerial para alertar seus colaboradores diretos que o único que tem direito de dizer bobagens é ele, já que ele ainda é a única alternativa da grande imprensa para manter Dilma Doença... Que nada 1fora do poder e, por isso, é o único que é preservado por ela das bobajadas que costuma dizer ou cometer ao longo de um dia de interinato.

Mesmo quando é jornalisticamente objetiva, a grande imprensa noticia, diariamente, atos e posturas ministeriais que seriam preciosas fontes de inspiração para StaniDoença... Que nada 3slaw Ponte Preta e seu FEBEAPA. É o caso do discurso do ministro interino da Saúde,  Ricardo Barros, em evento na sede da Associação Médica Brasileira, em São Paulo, no último dia 15 de julho.

De acordo com o Estadão, disse Sua Excelência “que a maioria dos pacientes que procuram atendimento em Doença... Que nada 11unidades de atenção básica da rede pública apenas ‘imagina’ estar doente, mas não está. Isto é a ‘cultura do brasileiro’ de só achar que foi bem atendido quando passa por exames ou recebe prescrição de medicamentos e esse suposto ‘hábito’ estaria levando a gastos desnecessários no Sistema Único de Saúde (SUS).”

Eu já me referi aqui no blog ao fato de ser filho de médico, daqueles médicos da velha guarda que, apesar de ter uma especialidade, era capaz de diagnosticar a doença de qualquer de seus pacientes apenas conversando com eles durante meia, uma hora, antes de pedir um exame de sangue ou de urina ou um raio X, procedimentos fundamentais para que a grande maioria dos médicos de hoje indiquem o tratamento aDoença... Que nada 5 ser feito.

Meu pai, junto com outro colega, depois que se aposentaram, abriu um consultório numa das mais movimentadas ruas do bairro da Floresta, em Belo Horizonte, onde eles atendiam qualDoença... Que nada 6quer pessoa sofrendo de qualquer mal: o paciente pagava uma mixaria pela consulta de dois médicos experientes que, a partir da consulta, pediam alguns exames imprescindíveis para confirmar o diagnóstico ou, na maioria dos casos, já indicavam o tratamento a ser feito, com custos restritos aos remédios receitados.

Com mais de 60 anos de profissão, boa parte deles como sanitarista que rodou pelo Amazonas, Piauí, Goiás e Minas Gerais,  meu pai costumava dizer que boa parte das doenças era psicosomática, ou seja, as doenças estavam ali, existiam… uma gripe forte, um descompasso cardíaco, uma dor constante na coxa direita, que precisavam ser tratadas, claro. Mas, junto com o remédio, era fundamental conversar com o paciente, mostrar-lhe que boa parte dos problemas  derivavam da vida que ele levava, das discussões com o marido ou esposa, da incompreensão com os filhos, da inadaptação ao trabalho…!

Isto não tem nDoença... Que nada 9ada a ver com a visão do ministro interino de que os pacientes da rede pública “imaginam” estar doentes. Mesmo porque, se isto acontece na rede pública, também acontece na rede particular… Por quê, então, um ministro da Saúde do Brasil não aconselha aos médicos presentes à sua palestra na AMB de São Paulo, que parem de pedir exames médico-laboratoriais e receitar medicamentos “desnecessários”, já que eles estão apenas queixando-se de ‘doenças imaginárias’?Doença... Que nada 8

Evidentemente, não é esta a preocupação de Sua Excelência, cuja eleição foi bancada principalmente pelo dono de um dos maiores planos de saúde do país. Desde que assumiu interinamente o MS, seu alvo preferencial é o Sistema Único de Saúde, o SUS, que, em sua ótica de engenheiro civil e empresário, é ineficiente e perdulário, sem condição de ser sustentado pelo Estado brasileiro.

Logo após sua posse, Ricardo Barros declarou para a Folha de São Paulo “que não há como sustentar os direitos estabelecidos pela Constituição Federal e que é preciso ‘repactuar’ a Carta, de forma a chegar a um ‘ponto de equilíbrio entre o que o Estado tem condições de suprir e o que o cidadão tem direito de receber’”. Ou seja: vamos reduzir os recursos para o SUS e vamos fazer com que mais pessoas adDoença... Que nada 10iram aos planos de saúde privados, que são mais eficientes que o sistema público…

Fiel em seu compadrio com o governo interino, a Folha, assim como os demais Doença... Que nada 12membros da grande imprensa, não considera desonestas as constantes declarações do ministro-engenheiro e chama-as, apenas, de polêmicas. Mas, cá entre nós, simples eleitores brasileiros, declarações como as que o ministro fez desde que tomou posse – “a fé move montanhas” (sobre medicamentos cuja eficácia é duvidosa), “quanto mais gente puder (pagar planos de saúde), melhor” ou “as igrejas devem participar da discussão do aborto”, mais do que simplesmente polêmicas, são uma demonstração inequívoca dos interesses que ele defende. Que não são os interesses que interessam ao povo. Ao contrário…

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *