O jornal O Globo publica hoje, com imediata repercussão nas redes sociais, mais uma acusação bombástica ao ex-presidente Lula. O título é explosivo: “Polícia Federal diz que empresa ligada à Odebrecht comprou sede para Instituto Lula”. Com direito a sub-título tão explosivo quanto: “Construtora DAG, de Salvador, é a mesma que fretou jatinho para levar petista a Cuba.”
Mas a matéria de Cleide Carvalho, Thiago Herdy e Renato Onofre revela-se um traque, pois diz, exatamente, o seguinte: “Em junho de 2010, a construtora Odebrecht adquiriu um prédio de três andares na Vila Clementino, Zona Sul de São Paulo, e planejava instalar ali a sede do futuro Instituto Lula, de acordo com a força-tarefa da Operação Lava-Jato.”
Toda a matéria, que envolveu três repórteres e um ou mais editores de O Globo, em cima de material convenientemente vazado (por quem? Um doce para quem adivinhar) , vai nesse diapasão: a compra do prédio foi feita pela DAG, pertencente a Fulano, amigo do presidente da Odebrecht, e que ‘pagou’ o jatinho que levou Lula à Cuba, República Dominicana e Estados Unidos em 2013.
Mais: a família de Lula sabia das “intenções” da Odebrecht pois um projeto de reforma do imóvel, que incluía auditório, sala para exposição e até apartamento com cinco suítes na cobertura, foi localizado numa pasta cor de rosa endereçada a dona Marisa Letícia e apreendida pela Polícia Federal, no início deste ano, no sítio de Atibaia (SP) que era usado por Lula e sua família.
Sejamos honestos: depois do triplex do Guarujá, que não foi comprado pelo Lula, depois do sítio de Atibaia, que não é de Lula e tem donos devidamente registrados, conforme provas em mãos da força-tarefa da Lava-Jato, investigar e manchetear que empreiteira envolvida na Lava-Jato comprou a sede que nunca foi do Instituto Lula é ultrapassar todos os limites do mau-caratismo associado à imbecilidade… Não sei quem merece mais o troféu de bobajada do dia: a força-tarefa, que liberou o assunto, ou O Globo, que publicou… De qualquer modo, ambos, procuradores, policiais, patrões e editores d’O Globo deveriam buscar assistência psiquiátrica para descobrir que trauma Lula lhes causou, algo que, talvez, só Freud explicaria!
*Quando aquele cavalheiro nervoso entrou no hospital dizendo “eu sou coronel, eu sou coronel”, o médico tirou o estetoscópio do ouvido e quis saber: “Fora esse, qual o outro mal do qual o senhor se queixa?”(Stanislaw Ponte Preta)