E agora… Já vai?
A festa acabando,
a luz apagando,
o povo sumindo,
a noite esfriando,
e agora… Já vai?
É agora, não é?
Você que é um Mito,
que zomba dos outros,
que faz arminha,
que xinga, molesta,
E agora… Já vai?
Está sem querer,
num único discurso,
está sem caminho.
Já nem pode calar
quem muito pergunta,
mentir já não pode.
A noite esfriando,
O Maia não vindo,
Tóffoli não veio,
só generais ainda vê,
e não vê a pandemia,
e tudo acabando
e tudo fugindo
e tudo mofando…
E agora… Já vai?
E agora… Já vai?
Sua verborragia,
seu instante de sorte,
sua gula da morte,
sua quadriteca,
seu garimpo sem sorte,
seu terno de vidro,
sua incompetência,
seu ódio – e agora?
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer pescando,
mas o mar secou;
quer ir pro Rio,
pra seus milicianos.
Jair… e agora?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você cantasse
seus sertanejos,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é duro, não é?
Sozinho no escuro
Qual bicho-do-mato,
sem fantasia,
sem gente na rua
pra te agradar,
sem motocicleta
que fuja roncando,
você marcha, Jair!
Jair, para onde?