Pelo sangue se conhece o fascista? Ou pela cara? (II)

(continuação) 

Ser de direita ou de esquerda, de centro ou de lugar nenhum, ser anarquista ou radical são opções pessoais. Fundamental é que, numa democracia, haja respeito e tolerância pela opção de cada um. Com certeza, isto é algo que nazismo, fascismo ou comunismo, no campo da política, e islamismo e  neopentecostalismo, no campo religioso, fazem questão de ignorar. E Sua Excelência, o juiz Sérgio Fernando Moro, demonstrou, claramente, nestes anos todos de Judiciário, uma tendência a acompanhar esta linha, usando sutilezas jurídicas e interpretações pessoais para pesar a mão da Justiça contra pensamentos diferentes do dele.

Alguma coisa a ver com o sangue?

Conta o professor Marcos Cesar Danhoni Neves, Professor-Titular na Universidade Estadual de Maringá, Prêmio Paranaense de Ciência e Tecnologia (2010) e autor do livro “Lições da Escuridão”, entre outros, em artigo na Revista Fórum, em 03/08/2017, que em 1981, um ano marcante do período ditatorial – criação do PT, fundação da ANDES, Sindicato da Associação Nacional dos Docentes de Ensino Superior, atentado do Riocentro, fundação da ADUEM, Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Maringá e da primeira paralisação desta Universidade, decidida em assembleias gerais, tanto de professores, quanto de funcionários e alunos da UEM (um dia de greve!)  E continua ele:

“No entanto, dois professores insistem em prosseguir com aulas: são eles, o pai do hoje infelizmente célebre juiz Sergio Moro e uma outra professora do Departamento de Geografia. Após uma confusão envolvendo estudantes que queriam que as aulas destes dois professores fossem suspensas em cumprimento à deliberação da Assembleia, três outros professores (grevistas) foram chamados e, educadamente, pediram para falar aos estudantes nas salas em que os dois docentes fura-greves estavam. Após a fala, os alunos abandonaram a sala e os estudantes-grevistas desligaram as luzes do bloco onde estavam ocorrendo as aulas.

                O pai de Sergio Moro, Dalton Áureo Moro, positivista assumido e anti esquerda até a medula, fez abrir um poderoso e ameaçador processo administrativo contra os três professores reinterpretando a situação ocorrida, relatando uma improvável invasão forçada das salas de aula e o desligamento das luzes. O processo se arrastou por anos dentro da Instituição balizado pelo clima de terror ainda vigente num regime em seus estertores. Os professores só foram absolvidos depois que puderam apelar ao Conselho Universitário (COU) da UEM.”

                Continua o Professor Danhoni Neves, sobre Sérgio Moro: “Seu pai sempre foi um militante de Direita e severo positivista. Os que se nutrem desta corrente filosófica defendem a ideia de que o conhecimento científico é a única forma de conhecimento verdadeiro. De acordo com os positivistas somente pode-se afirmar que uma teoria é correta se ela foi comprovada através de métodos científicos válidos. E essa corrente filosófica mecanicista sempre orientou as ações de Moro-pai…

                …Nesta atmosfera é que cresceu Sérgio Fernando Moro, seu filho! Num mundo que literalmente se desfazia, Moro-pai deve ter sofrido ao ver o fim do regime militar e a ascensão ao poder de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições gerais e democráticas de 2002. Três anos depois, em seu leito de morte, teria pedido ao filho, como diz a lenda aqui na cidade, que usasse  de sua função de juiz para liquidar a esquerda no país…?”

                Alguma coisa a ver com o tipo físico?

O queixo quadrado… as mandíbulas sempre cerradas… o sorriso quase inexistente… o rosto sempre voltado para a direita, olhando o infinito… Cerca de 90% das fotos de Sérgio Fernando Moro são assim. Fotogenicamente falando, ele se parece com um líder italiano chamado Benito Mussolini, o criador do fascismo… Algo a ver?

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