Quem diria? ainda se faz Jornalismo no Brasil: leituras (e vídeos) que acho importantes
Que me xinguem analistas e comentaristas, mas conhecimento é fundamental!
Gore Vidal: “Metade dos americanos nunca leu um jornal. Metade nunca votou para presidente. Espera-se que seja a mesma metade”.
1 – Após o relator da ação no TRE/RJ pedir a cassação do seu mandato por abuso econômico nas eleições de 2022, o governador Cláudio Castro disse uma frase tradicional dos políticos enrascados com corrupção: que a Justiça não pode desrespeitar a vontade dos eleitores.
– Na visão destes ‘homens públicos’ que se consideram acima das leis, eles podem ser vagabundos, ladrões, assassinos até… mas numa democracia quem manda é o povo e não há lei que se sobreponha à vontade do povo. Viva o Brasil!
2 – É muito difícil que vozes sensatas sejam ouvidas num país politicamente analfabeto e onde a elite domina os veículos de comunicação. As redes têm ampliado estas vozes, mas a direita tem sido mais eficiente no uso delas. Mas alguma coisa precisa ser feita…
– Quem sabe lançar uma campanha: “O Agro é tox!”
3 – Eu não sei qual é a surpresa. Eduardo Leite é um tucano (um grupo político em extinção) emplumado que adora pousar no muro. Percebendo o bolsonarismo do lado direito do muro, empenhou-se em agradá-lo no anti-ambientalismo, mudando a legislação que…
-…foi uma das causas da tragédia atual. Perdido diante desta, viu o lado esquerdo do muro tomar uma decisão – criar uma secretaria especial dedicada à reconstrução do Estaso – e imitou-a. Sem sair do muro!
4 – Não basta ser conservador… tem que ser radical! Porque só assim, mentindo, fantasiando, destilando ódio, o bolsonarismo não volta pro esgoto. Infelizmente, Santa Catarina merece o negacionista que elegeu pra governador. Filhos e netos é que sofrerão as conseqüências…
5 – Me surpreende a surpresa do ministro Paulo Pimenta com a atitude da deputada Bia Kicis. Ele convive com ela na Câmara há tempos e seu ódio aos “inimigos” do bolsonarismo é tão palpável quanto sua falta de escrúpulos no combate político.
6 – Os ruralistas e os neo-pentecostais odeiam movimentos sociais em geral e o MST em particular. Os primeiros não querem concorrência na invasão de terras públicas, e os segundos detestam quem lhes reduz o número de fiéis e, conseqüentemente, de dízimos.
– Natural, pois, que, sendo tão eficientes em disseminar as intenções comunizantes e satânicas destes movimentos, uns e outros nada fazem para seguir o exemplo deles quando desastres se abatem sobre o país.
7 – Enquanto bolsonaristas, ultra-conservadores e neo-pentecostais esbravejam que o governo quer cercear a liberdade de expressão nas redes, por insistir na PEC das Fake News, os abusadores sexuais de crianças e adolescentes se multiplicam pelo país. Operação da PF…
-…esta semana, mobilizou 12 mil agentes em 450 cidades, abordando 53 mil suspeitos para atender 6,2 mil vítimas e apreendeu 7,2 toneladas de drogas e 103 armas de fogo. Todos sabem que o grande anzol pra pescar crianças e adolescentes hoje são as redes, não sabem?
8 – Quem me segue sabe que moro numa área rural. Que luta há anos pra se manter rural contra a cobiça e a força política e econômica da especulação imobiliária. E só não fomos derrotados ainda porque estamos cercados por parques ambientalmente preservados.
– Reconheço, porém, que manter regras ambientais em áreas muitos próximas de centros urbanos é muito difícil. A inexistência de muros potencializa a insegurança… Mas é bom ter lideranças brigando contra os muros. A humanidade precisa voltar a dar valor à paz. E à vida!
9 – Comparando as falas de um medalhão da imprensa familiar com a do presidente da República dá pra entender porque a primeira (a imprensa) não gosta do segundo (Lula). A classe média alta não admite ser governada por alguém de um extrato social inferior.
– Porque a escala de valores é muito diferente: os debaixo não lamentam jóias roubadas porque não as possuem… os de cima nunca admitiriam receber um colchão de capim do Estado, nem pra abrigar seus pets…
10 – Porque a gente que tem uma sensibilidade maior para o jogo político que se desenvolve no país, mantém uma posição crítica à grande imprensa, especialmente a Globo, quando o noticiário está, hoje, massivamente focado na tragédia do Rio Grande do Sul?
– É que a gente percebe a mensagem subliminar desta cobertura. O foco maior nas ações dos voluntários, a escolha preferencial por entrevistas com estes e as vítimas que reclamam de uma inação do governo é sutil, mas eficaz pros objetivos dos barões da imprensa.
11 – O fascismo é implacável… quando está no poder! Depois de tentar eliminar os livros básicos (e recuar por pressão da sociedade) das escolas públicas, o governo paulista está tentando remover a liberdade de expressão (que defende absoluta nas redes) como opção…
-…de leitura da população. A primeira vítima é a filósofa, escritora e acadêmica, mas um perigo pra conservadora sociedade paulista: ela é negra e feminista e não se limita à senzala…
12 – É doloroso como o debate político involuiu no país à medida que os radicais de direita foram se assenhoreando do poder político. Me conscientizei politicamente, encarando a ‘superioridade ariana’ de Paulo Francis, mas omo aprender algo útil hoje com Marçais, Monarchs e que tais?
– Naqueles tempos, a polarização era natural e estimulava o debate, em todas as áreas. Quando os jovens de hoje poderão se emocionar com uma música maravilhosa contrapondo o brilhante conservador branco com a alegria da vida miscigenada de um país chamado Brasil?