Meus pitacos quase diários (12, 13 e 14/05/2024)

Quem diria? ainda se faz Jornalismo no Brasil: leituras (e vídeos) que acho importantes

https://jornalggn.com.br/politica/xadrez-do-segundo-tempo-de-8-de-janeiro-e-o-new-deal-de-lula-por-luis-nassif/

Que me xinguem analistas e comentaristas, mas conhecimento é fundamental!

LuiZ Nassif: “No pré-8 de janeiro, foi a campanha articulada contra as urnas eletrônicas. Agora, é a mesma estrutura de Fakenews contra a suposta incapacidade dos governos em enfrentar o problema. Desligitimam o governo, dão a entender que o povo é dono do seu próprio destino e, por trás desse discurso, a figura do bolsonarismo.

                1 – O jogo golpista continua atento e forte… Como diz o Nassif (post anterior), a tragédia no Rio Grande do Sul reacende as condições criadas pelo ex-mitô em seu desgoverno. A fábrica de fake news está a todo vapor e, por mais que o poder público aja, a verdade dos…

-…fatos é sobrepujada pelos posts de influencers imbecis ou fascistas e vídeos falsos, que indicam o “despreparo” dos governos, o “descontrole” da violência, que provoca estupros e saques, a falta de comida. Os prefeitos gaúchos bolsonaristas estão fazendo sua parte…

2 – Houve uma época, muitos anos atrás, que Jornalismo era feito assim. Havia fontes e bastidores, claro, mas nenhuma informação era publicada sem uma completa checagem. Fontes têm interesses e bastidores, muitas vezes, são fabricados para reforçar estes interesses.

– A censura à imprensa imposta na ditadura resultou numa flexibilização desta prática quando veio a redemocratização. Repórteres e apresentadores viraram estrelas, muito mais preocupadas com audiência e tiragem do que com a veracidade da informação.

– Reconfortante ver que uma nova geração está retomando os princípios do Jornalismo.

3 – A manchete quer mostrar otimismo mas, sinceramente, me arrepio ao ler a matéria, porque 35% acham que as urnas foram fraudadas. Pior: esta crença de fraude é compartilhada por 39% de homens, 38% de jovens e 59% dos que têm ensino superior.

– Ou seja: as fake news bolsonaristas estão vencendo o jogo.  E não adianta apelar pra  Deus ter piedade do Brasil, porque 46% dos evangélicos também acreditam na fraude.

4 – O governador de Minas tem uma lógica de vida interessante: diz que é de uma família que nunca teve políticos e que não dependeu do Estado para viver. Ele é o primeiro. Na sua visão, ele é um empresário ora governando Minas pra fazer o setor público servir o povo.

– Deve ser por isto que ele fez os deputados aprovarem um aumento de seu salário em 298% e que destinou R$41 milhões pra reformar a rodovia que passa no rancho da família dele que, aliás, fica na divisa com São Paulo e no lado paulista. Ele sabe bem quem é a casta de Minas.

5 – Impressionante a coragem e firmeza de caráter de políticos e famosos que gravitam no entorno do ex-mitô. Destemidos, não perdem a oportunidade de criar e divulgar fake news contra os “inimigos”, mesmo que elas possam causar desespero e sofrimento a outras pessoas.

– Quando os atacados, “inimigos” ou não, reagem, e a PF é acionada, eles apagam as fake news ou recuam ou pedem desculpas.

6 – O que leva milhares de pessoas a acreditar nestes pastores? O desespero de vidas sem perspectiva? A necessidade de acreditar em algo que esteja além de sua capacidade de fazer algo na vida e que, em nada mudando, teria alguém pra jogar a culpa?

– Fato é que em nome de Deus, pastor e pastora estão enganando seus fiéis e tirando vantagem disto. Pela lei, é estelionato… Por se apresentarem como religiosos, a lei não os alcança?

7 – Pesquisa da Quaest indica que 76% dos brasileiros são contra mais um penduricalho proposto pelo presidente do Senado pra beneficiar o Judiciário. Na hora de votar, quem é que vocês acham que os ilustres parlamentares vão ouvir? A população ou os juízes?

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8 – Muita gente nas redes aplaudiu o Demori pelo “pedido de desculpas” ao Véi da Havan. Não entenderam a ironia. Ou não leram até o final e ficaram satisfeitos por um de seus heróis ser inocente de uma acusação falsa. Ele não é inocente…

-…Como o Demori enumerou, ele cometeu crimes… e muitos! É da gênese do bolsonarismo.

9 – Até onde eu já vi ou recebi, existem centenas e centenas de fake news rolando pelas redes, algumas extremamente perigosas pra população gaúcha já desesperada pelas enchentes, os ventos fortes e o frio. A Globo, num esforço pra mostrar que seu jornalismo…

                -…é sério e responsável, apresenta duas fake news – que chama de publicações – menos chocantes, falando que elas prejudicam a população. Mas não explica porque e nem diz quem as espalha. Quem sabe o fascismo volta em 2026, né mesm…?

10 – Pois é… a boiada passou durante 04 anos. Algum dos presentes àquela reunião ministerial de 22 de abril, que concordou com o Ricardo Salles ou se omitiu, diante da tragédia gaúcha, vai assumir alguma responsabilidade por ter apoiado ou permitido que ela passasse?             – Parece que nem o Salles será!

11 – Insisto: o golpismo permanece vivo! Nas hordas bolsonárias, o que é natural, e nas páginas da grande imprensa, o que também é esperado. A Quaest soltou nova pesquisa pra 2026, indicando que Lula tem maior potencial de votos que qualquer um dos possíveis…               -…adversários ou substitutos seus, caso ele não se candidate. Não sei as tevezonas, mas os jornalões não se interessaram por estes dados… preferiram ressaltar uma possibilidade negativa, sem analisar a questão (muitos lulistas acham que Lula merece descansar após unir e reconstruir o Brasil).

12 – Cover, no fundo, significa imitator. E como a maioria das pessoas não consegue ter acesso ou sequer ver o original, se contenta com a imitação, mesmo que barata. Não sei se foi por isto que Fabiano Feltrim, um cover brasileiro do Elvis Presley foi eleito prefeito de Farroupilha.

– Neste mister, ele imita um prefeito preocupado com o povo de sua cidade. E posta conversa com um ministro exigindo R$10 milhões pra reconstruir sua cidade, que nada sofreu na atual tragédia gaúcha. Ou seja: de Elvis, é um imitador barato… de gestor, é um imitador perfeito do ex-mitô.

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