Que me xinguem analistas e comentaristas, mas conhecimento é fundamental!
Jeal Paul Sartre: “A vergonha, isso passa quando a vida é longa.”
Quem diria? ainda se faz Jornalismo no Brasil: leituras (e vídeos) que acho importantes
1 – Que surpresa agradável! Eu nasci em Bambuí há 75 anos, na Colônia São Francisco de Assis, de lepra (era o nome da hanseníase, então), onde meu pai era médico e diretor. Saí de lá com 02 anos e só voltei uma vez, de passagem no trem para Araxá.
– Mas sempre acompanhei a cidade de longe. Bom ver que existe um partido de esquerda atuante lá.
2 – Eu adoro o contorcionismo verbal de certos comentaristas televisivos que se dizem democratas, ao tentarem explicar e justificar certas medidas autoritárias que são óbvias por si próprias. Milei, então, não proibiu protestos contra o brutal pacote econômico decretado por ele.
– Na explicação do Magnoli, protesto pode, piquete não! A polícia saberá, com certeza, a diferença! Num dos últimos protestos contra o ex-presidente Fernández, não houve piquete, houve tango… Mas o trânsito foi interrompido! Caso se repita, a polícia baterá ou bailará?
https://youtu.be/VW1_oaSNa_E
3 – Quando o ex-mitô ainda era um deputado do baixo clero, já falava as mesmas barbaridades que cansou de repetir como presidente. Todos achavam que era um bobo da corte e ele não foi preso nem cassado. O resultado foram os 04 anos de desgoverno.
– Fanáticos seguidores seus se sentiram encorajados a falar barbaridades também. Como Roger Moreira , do Ultraje a Rigor. Que foi denunciado, mas fez acordo com a PGR: fazer posts contra abuso sexual… Alguém vai acreditar num post de um cara destes?
4 – Apesar dos argumentos sólidos e absolutamente corretos do ainda ministro da Justiça e Segurança, os bolsonários associados à bancada da bala conseguiram evitar aumento de imposto sobre armas na aprovação da reforma tributária. Meter bala e meter o pau são lemas da turma.
– Se vivessem nos anos 70, fariam manifestações carregando faixas “Façam guerra, não façam amor”.
5 – Desde janeiro que nós somos entupidos por posts, memes, falas de golpistas contra o comunista Flávio Dino. Após sua indicação pro STF, então, avolumou-se a histeria e Deus entrou na história: cristãos não podiam aceitar que um assecla de Satanás fosse juiz supremo no Brasil.
– Daí, ele foi aprovado pelo Senado e Lula, num deboche ao estilo Flávio Dino, disse que conseguira enfim botar um comunista no STF. E lá vêm os comentaristas da GloboNews acusar o Lula de acirrar a polarização do país… Tenham a santa paciência!
6 – Toda cidadezinha do Interior tem figuras típicas que andam pelas ruas falando sozinhas ou contando fantasias malucas, sob o olhar misericordioso da sociedade e o receio da criançada. Alguns são bêbados incorrigíveis, outros são doidos mansos incorporados à vida da comunidade.
– As redes sociais, porém, abriram espaço para estas figuras – pelo menos para aquelas que dispõem de algum recurso como, por exemplo, um ex-cabo temporário (?). O problema é quando estes extrapolam a louca mansidão e despejam o ódio que lhes foi inoculado…
7 – Arthur Lira resolveu manifestar-se sobre o afundamento de Maceió. E disse que isto é falso. Realmente, a parte de Maceió onde ficam mansões e palacetes dos coronéis alagoanos, ele incluso, não sofreru qualquer impacto da exploração de minas pela Braskem.
– O afundamento, a destruição de residências, o deslocamento de moradores são fatos que afetam apenas os periféricos da capital, aquele tipo de gente que só interessa a coronéis como Lira na época das eleições.
8 – A resposta dos deputados brancos de sobrenomes estrangeiros, maioria da Assembleia Legislativa do Paraná, aos discursos do deputado negro Renato Freitas foi tentar cassá-lo 03 vezes. Não conseguiram e nem cassaram sua voz. Espero que venha pra Brasília em 2026.
– Em vez de Gayers, Zambellis, duVals, Maltas, Damares… a democracia brasileira carece de vozes como a dele.
9 – A filha do Didi Mocó, dos Trapalhões, começou cedo como atriz, mas parou cedo e virou coach motivacional. Como tal, postou nas redes: “Todo mundo tem 24 horas no dia. Por que algumas pessoas conseguem fazer tantas coisas, e outras parecem não sair do lugar?”
– E diz que isto é produtividade, saber dar conta do seu tempo.O cara levanta às 05, vai pro ponto, pega o ônibus e vai pra estação, pega o metrô e 02 horas depois bate o ponto. Trabalha até às 17 e faz o caminho de volta, chegando em casa depois das 20 horas… Banho, janta e cama!
– Isto é realidade. Uma coach motivacional deveria experimentar durante 01 semana.
10 – Os Marinho, me parece, ficaram preocupados com certos sinais de liberdade demonstrados pela turma mais jovem de jornalistas nos noticiários. E botaram seus velhos medalhões mais obedientes (Merval, Magnoli…) pra participar (ou vigiar?) tais noticiários.
– Não está funcionando. Merval não raciocina… gagueja. E Magnoli virou saco de pancadas até de Camarotti e Cantanhêde, que não disfarçam o tucanismo histórico. E até pelo Mauro Paulino, sociólogo como ele, mas consciente do papel jornalístico que ora exerce.
11 – O último relatório divulgado pela FAO indicava que 21,1 milhões de brasileiros se encontravam em situação de insegurança alimentar. Já melhorou, porque no relatório anteriro este número era de 33 milhões… Poderia melhorar mais, mas nossa elite acha que tem direitos divinos.
– Assim como os parlamentares, os generais têm direito de receber auxílio para mudarem de quartel quando são transferidos pra outros comandos. Daí, 50 generais irão receber um penduricalho de R$80 mil, em média, para assumirem novas praças. País rico é outra coisa!
12 – O jovem coração que eu tinha nos anos 60 possuia duas ambições: vencer os milicos e conhecer o amor que descobrira apenas nos tantos romances lidos então. A primeira tinha uma limitação: sem luta, a ditadura não seria derrotada, mas eu detestava violência… – A segunda também tinha uma limitação: minha timidez crônica. Aí, meu primeiro amor correspondido foi conquistado com uma música… E de repente fiquei contente, todo mundo ficou lindo, ficou lindo, meu poeta. Carlinhos Lyra, seu autor, morreu hoje, aos 90 anos.