A mentira da Folha de São Paulo que, falseando uma pesquisa de seu próprio instituto, Datafolha, mancheteou que 50% da população brasileira aprovava Michel na presidência do pais, não durou o dia… foi contestada, foi criticada e foi reconhecida como uma besteira até mesmo pela ombudswoman do jornal.
A verdade é que a população pesquisada não quer Temer, nem concorda com o retorno de Dilma, mesmo ela sendo inocente dos crimes que produziram o seu afastamento temporário e, em maioria absoluta, anseia por uma nova eleição. Não só a própria pesquisa falseada já dizia isto, quanto duas outras posteriores, do Paraná Pesquisas e do Ipsos, confirmaram esta vontade da população.
Michel não gostou de saber isto. E pediu providências urgentes à assessores e companheiros de golpe. E alguém deve ter-lhe dado a idéia: pare de enrolar a língua com próclises e mesóclises e faça algo para popularizar-se. Ele pensou e acatou: ‘falo-ei imediatamente!
Avisou a primeira dama interina que a queria do seu lado, imponente e bela, informou o Gabinete de Segurança Militar e mandou comunicar aos jornalistas que cobrem o Palácio do Planalto que, como era o primeiro dia de aula de seu filho, Michelzinho, em Brasília – ele trouxe a família recentemente para a capital – ele iria buscá-lo na escola.
Na hora aprazada, para desespero dos outros pais e mães, uma multidão de fotógrafos, cinegrafistas, repórteres, policiais militares e civis e… carros, dezenas de carros, empurravam-se do lado de fora, e de alunos e mães, professores, diretores, empregados em geral, continham-se do lado de dentro da entrada da escola, aguardando o momento solene: Sua Excelência, o Interino, dando um abraço apertado no filhinho querido.
Mais ridículo que isto, só a matéria do Ricardo Noblat em seu blog, sob o indulgente título “Implicância com Temer”, tão ridícula quanto um post dele, recente, sobre a elegância de Temer e sua senhora. Começando com “Nada demais que o presidente interino Michel Temer tenha ido buscar o filho na escola no seu primeiro dia de aula. E que a imprensa tenha sido avisada de que ele iria”, e terminando com “Figuras públicas não têm direito a vida privada. Por não terem, é compreensível que cuidem da própria imagem e que tirem partido de situações que as favoreçam.”
Para ele, a imprensa é livre para julgar se o fato era irrelevante… E não julgou, pois compareceu em peso! O que, na verdade, mostra o quanto a grande imprensa brasileira está irrelevante hoje…!
Difícil dizer o que incomoda mais, se a inteligência ostensiva ou a burrice extravasante.(Stanislaw Ponte Preta)