Os ministros interinos do Michel – ele prefere ser chamado assim – estão levando ao pé da letra o interinato do governo… até em suas posições ministeriais
, quando anunciam atos e fatos de sua pasta. O ministro da Saúde, por exemplo, o engenheiro e empresário Ricardo Barros, foi de uma interinidade – não efetividade – supimpa, desdizendo-se de um dia para o outro.
Na quinta-feira, dia 21, segundo a Folha de São Paulo, Sua Excelência disse que “o programa Mais Médicos é ‘provisório’, uma vez que na organização dos serviços de saúde, cabe aos municípios a responsabilidade de contratar 
os médicos e não ao governo federal.”
Na sexta, dia 22, segundo a mesma Folha, o ministro reformulou suas palavras do dia anterior e, em uma apresentação a médicos cubanos e brasileiros formados no Exterior, disse que “o programa tem efeitos permanentes, mas bolsistas transitórios”, chamando de bolsistas exatamente os médicos estrangeiros que participam do Mais Médicos.
Como diz um velho ditado, a emenda ficou pior que o soneto, pois o ministro tentou corrigir a besteira dizendo obviedades: um programa que leva assistência médica para gente que nunca a recebeu, terá, obviamente, efeitos permanentes, e os médicos que dele participam, assinam contratos por tempo determinado, sendo substituídos, ao final, obviamente, por novos contratados.
Na verdade, a preocupação do ministro em explicar suas palavras do dia anterior, não é com os “bolsistas”, que se enfiam por este Brasil adentro, onde os nossos próprios médicos – com as honrosas exceções de praxe – não se dignam a aparecer, nem com as populações dos nossos cafundós, abandonadas durante séculos pelo poder público… 
A preocupação de Sua Excelência – que deve ter recebido, mais uma vez, um puxão de orelhas do Interino-Mor – é com as ele
ições municipais de outubro, onde esta imensa população, que vota, saberá mandar para aquele lugar os políticos que ameaçam tirar-lhes o maior benefício que eles recebera
m em suas vidas – o direito ao atendimento à saúde – de uma presidenta que honrou o voto que esta população lhe deu, e que estes políticos interinos querem invalidar.