Meus pitacos quase diários (16 e 17/07/2022)

Que me xinguem os bolsotários (e como xingam!), mas cultura é fundamental!

Albert Camus: “Quando pensamos muito sobre o homem, por trabalho ou vocação, às vezes sentimos nostalgia dos primatas.”

  1. Há, hoje, uma total inversão de valores naquilo que tornou nossa sociedade, mesmo com imensas desigualdades sociais e culturais e substanciais divergências religiosas e políticas, capaz de conviver sem posturas bélicas e com certa harmonia.

– Nestes tempos bolsonários o Brasil perdeu sua alma pândega, seu coração carnavalesco, seu jeito de rir das próprias agruras da vida e se transformou numa sucursal do inferno, onde jovens tentam forjar provas pra incriminar um padre que cuida de desvalidos, como Cristo fazia.

– Onde está alma brasileira destas figuras ainda jovens? Porque tanto ódio do povo mais indefeso? Porque esta homofobia, esta misoginia? Onde foi que minha geração, que venceu uma ditadura, errou?

2 – João 2, 13- 25:. No Templo, encontrou os vendedores de bois, ovelhas e pombas e os cambistas que estavam aí sentados. Fez então um chicote de cordas e expulsou todos do Templo, junto com as ovelhas e os bois; espalhou as moedas e derrubou as mesas dos cambistas.

– E disse aos que vendiam pombas: “Tirai isto daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!” Ao que se sabe, em 33 anos de vida, a única ação violenta de Cristo. Seus pastores, porém, não creem não amor de Jesus. O que fariam se usassem chicotes? Ou armas?

3 – É óbvio que o MitÔ representa parte dos brasileiros, razão básica de sua resiliência como candidato à Presidência, num país de desempregados e esfomeados e de inflação alta. Exatamente aquela parte intolerante, homofóbica, misógina e que acredita que violência é boa pro povo.

– Daí seus arroubos machistas, especialmente em templos de evangélicos, que seguem pastores também homofóbicos e misóginos. No último, em Imperatriz, foi direto ao ponto: Joãozinho tem que ser Joãozinho a vida toda… Já Carlinhos pode ser Carlinhas, né mesm…?

4 – Uma das características do MitÔ, que é considerada pelos adversários como parte de sua personalidade mesquinha, desprovida de sentimentos amigáveis, é o fato dele não ter cachorros ou quaisquer outros animais domésticos.

– Não sei se é verdade, mas dizem que depois que ele viu este post nas redes, ele está querendo comprar este cachorro de qualquer jeito… ou algum que faça a mesma coisa: matar gente!

5 – Entreouvido no cercadinho do Palácio. Jovem de barba descuidada fala pro senhor de terno e gravata, segurando pasta de executivo: “Que pô..a* é esta, carái*? A mídia comunista tá’cusando o MitÔ de botar fogo em nóis pra matar petista fè…..a*?

– “Como você diz, meu jovem, é tudo comunista! Não creem em Deus e querem destruir a Família e a Pátria. Nós não podemos permitir isto! Você já comprou seu fuzil? Meu clube de tiro fica logo ali no Recanto das Emas… Eis meu cartão. Apareça lá.”

6 – O deputado Otoni de Paula é um legítimo bolsonarista do Rio. A mando do MitÔ foi a Foz do Iguaçu, em missã de paz, pra convidar os irmãos bolsonaristas do petista assassinado a irem a Brasília pra provar que o presidente é um cara do bem, muito “paz e amor, bicho!”

– Como se vê no vídeo, Otoni de Paula, que deve conviver maravilhosamente bem com as milícias cariocas, era o cara ideal pra bancar o embaixador da paz. Será que levou seu fuzil AR-15 no ombro?

7 – O que levou a delegada Camila Cecconello, chefe da DHPP (Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa) da Secretaria de Segurança do Paraná a fazer um inquérito relâmpago e concluir que o crime em Foz do Iguaçu não foi político?

– Ela é uma chefa vinda da capital pra investigar o crime… não é uma delegadazinha do Interior! Foi avisada que sua carreira podia ser paralisada? Sua família foi ameaçada? Ou ela também tem posturas bolsonárias em suas redes sociais? Triste Brasil!

8 – Um dos brinquedos que ganhei quando fiz 06 anos foi um revólver prateado de cabo preto de espoleta. Passei a festa toda com ele na cintura e atirando nos amigos presentes ou em bandidos imaginários. Passada a festa, pra meu desconsolo, meu pai pegou o revólver e o escondeu.

– Ameacei fazer uma birra e ele foi duro: “Arma mata… e você só terá uma quando souber atirar e for responsável o bastante para não usá-la para matar alguém!” Não me tornei covarde por causa disto… ao contrário: aprendi a valorizar a vida. Não foi o que os Bolsonaro aprenderam…

9 – Nada como viver num país rico, sem 33 milhões de esfomeados, sem 11 milhões de desempregados e com uma distribuição de renda equânime. Com os R$600,00/mês aprovados pelo Congresso, a felicidade estampa o rosto de uns 18 milhões de brasileiros, que poderão comer até dezembro…

– E, mais felizes ainda, estão os procuradores que, graças ao CNMP, receberão mais um penduricalho de R$11 mil/mês, visto que estão sobrecarregados de trabalho. Que maravilha viver num país rico… desde que você faça parte dos andares mais altos da pirâmide social, né mesm…?

10 – O Brasil teve 670 mil mortos pela covid. Podia ser menos? Claro, se o MitÔ e seus apoiadores nas tevês e nas redes não mentissem pro gado que a covid era uma gripezinha e que o jeito de combate-la não era a vacina, mas a imunização de rebanho.

– A covid ainda mata, mas a vacina estancou o morticínio. E o MitÔ e seus comparsas pararam de falar no assunto. Nenhum deles veio a público pedir perdão aos familiares dos que morreram. Todos continuam falando besteiras pro gado. Vai ficar por isto mesmo?

11 – As eleições estão aí. E as pesquisas indicam que a disputa, no DF, está acirrada entre Arruda e Ibaneis. O 1º é aquele ex-governador filmado recebendo propina de um secretário. O 2º é o atual governador, eleito com a promessa de que iria resolver o problema da saúde no DF.

– Não resolveu… está mais sucateada que nunca! Assim como educação, transporte, iluminação das ruas. Bem como aumentou a miséria no Plano e a violência na periferia…  Definitivamente, nossa democracia precisa se aprimorar… E muito!

12 – A derrubada da ditadura provocou imensas alegrias. Uma das maiores foi que o povo, aos poucos, voltou a se sentir livre sem medo. Eu trabalhava numa estatal e viajava o país todo. E o povo estava nas ruas, falando mal do Sarney e vendo seus ídolos cantando nos palcos.

– Em 1987, a Globo reuniu 04 ídolos que sofreram com as ditaduras, cantando uma música que fala de uma janela que se abre de par em par  e do amor que por ela entra como se fosse uma manhã quentinha. Que neste ano, o amor vença o ódio mais uma vez!

Ainda se faz Jornalismo no Brasil: leituras (e vídeos) que acho importantes

https://jornalggn.com.br/xadrez-2/xadrez-dos-militares-golpistas-por-luis-nassif/

 

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