1 – O preconceito estrutural contra os pobres (assim como o racismo) é evidente no Brasil. Como se pode ver nesta manchete que bombou nos principais veículos nos últimos dias: 05 milhões de cadastrados no Bolsa Família gastaram R$3 bilhões com as bets.
– Na verdade, a informação principal só virou esta manchcete posteriormente, o que mostra que apostas são um vício brasileiro… e não apenas dos mais necessitados. Todos querem uma vida melhor, o que é quase impossível num país tão desigual como o nosso.
2 – Absolutamente corretas e oportunas as contundentes manifestações de jornalistas quanto à violência dos debates entre candidatos a prefeito nas tevês – e não apenas em São Paulo. É unânime a condenação aos candidatos por não moderarem seus destemperos…
-…ou, mesmo, por usarem-nos como estratégia política, e aos partidos, que recebem recursos públicos pra propagar ideias e propor projetos, mas não pra disseminar violência. Minha dúvida: os departamentos comerciais das emissoras foram consultados pelos jornalistas?
3 – Fala-se tanto de uma possível ineficiência do governo federal pra combater os atuais desastres climáticos no Brasil, mas cobra-se pouco dos governos estaduais e municipais e, principalmente, de entidades privadas ou concessionárias de serviços públicos.
– Na tragédia recente do Rio Grande do Sul, o que se viu foi a concessionária alemã do aeroporto exigindo milhões do governo e governador e prefeitos terceirizando suas obrigações pro governo federal. Em vez de exigir e reclamar, deviam seguir o exemplo da liga de futebol americano.
4 – 2 – Jorge Kajuru é conhecido por não ter papas na língua desde seus tempos de comentarista esportivo em Goiás. Foi eleito senador por isto, aliás. E cutucou a imprensa em algo que ela não se manifestou em tempos de debates violentos, mas financeiramente úteis pra ela.
– O senador Girão, do Novo, foi retirado do debate por questões partidárias, algo que não aconteceu em São Paulo com Pablo Marçal, do PRTB, nem com Marina Helena, também do Novo. Como goiano, conhecedor de sua terra e de sua gente, Kajuru conceituou bem o coach-pastor.
5 – Joaquim Luna e Silva é um general da reserva que, não se sabe bem porque, foi muito requisitado em governos direitistas para cargos civis. Daí que foi ministro da Defesa do Temer e diretor-geral de Itaipu e presidente da Petrobras no governo do ex-mitô.
– Ao sair do ministério, foi enfático: “nesse mundo volátil, é preciso ter valores sólidos, pois vemos instituições destruídas pela falta de Deus”. Não sei se foi a volatilidade do mundo ou a falta de Deus que o abraçou em Itaipu…
6 – Não é o primeiro e nem será o último: desembargadores estão se especializando em soltar ou impedir a prisão de membros ilustres de facções criminosas. Um, do Mato Grosso do Sul, deu habeas corpus ao Pigmeu, antes do HC ser pedido; outro libertou Dadá, chefão…
-…do PCC na Bahia. E desembargadores do Rio, por unanimidade, autorizaram o retorno do chefe do tráfico na Rocinha, Rogério 157, da prisão federal em Rondônia para uma prisão do Rio, mais perto do bando. Não deve haver surpresa, pois, na revogação da prisão do Gustavo Lima…
7 – O governador Caiado, um conservador histórico, rígido defensor da moral e dos bons costumes, que implantou uma política de segurança implacável contra a bandidagem em Goiás, viajou pra Grécia pra comemorar o aniversário de seu amigo Gustavo Lima.
– A viagem pra lá foi feita em avião particular, onde também estava o casal dono da Vai de Bet, alvos de investigação da PF. Questionado, disse Caiado que foi informado que o casal tinha mandado de prisão e exigiu que eles saíssem do iate. Não devia tê-los prendido?
8 – Efetivamente, os debates dos candidatos à Prefeitura de São Paulo estão num crescendo. Não quanto aos debates… quanto à porrada mesmo! De violências verbais foram pra ameaça física, passaram à cadeirada e, no último, à porrada literal, com sangue real.
– É um clima pesado (que atrai audiência, claro!), o que contagiou até a doce e recatada Tábata Amaral, que abomina palavrões em público, e não economizou-os desta vez. Reclamou, xingou, mas aproveitou o clima de pós-guerra pra fazer sua campanha, né mesm…?
9 – No debate entre candidatos à Prefeitura de São Paulo, que terminou em agressão entre assessores (não havia cadeiras por perto), uma das colunistas da Folha declarou que a vencedora foi a economista Marina Helena, do Novo, por “apresentar propostas e ainda…
-…criticar todos os adversários sem se mostrar agressiva.” Neste debate, todos eles (exceto Marçal) fizeram isto, mas a “vencedora” foi além: descobriu a pólvora! Disse que as pessoas não estão levando extintores pra apagar os incêndios florestais!
10 – Depois que o Congresso assumiu o controle de boa parte do Orçamento, no governo do ex-mitô, a tradicional política do toma lá-dá cá (votos por verbas) ficou relegada por Suas Excelências (quem dá são suas lideranças, não importa o governo!)
– Mas a prática continua existindo entre parlamentares e seus eleitores. No caso de congressistas-pastores então, até obras essenciais pra comunidade, como uma creche, são negociáveis. Em nome de Deus, claro!
11 – O poder corrompe qualquer um que o atinge? Ou apenas torna hipócritas as pessoas que o exercem? Há meses que o grande tema dos parlamentares é a eleição dos presidentes do Congresso. Há meses que Arthur Lira insiste pra que Lula não interfira no processo.
– Mas, parece, houve uma divisão no Centrão e o atual presidente da Câmara pediu declaração de apoio de Lula para seu candidato. Sei não… acho que o candidato dele é o outro!
12 – Brigite Bardot foi a musa inspiradora de todos os sonhos sensuais e sexuais de boa parte da minha geração. Muitos de nós falsificamos as carteiras estudantis pra assistir filmes então proibidos pra menores de 18 anos. A sociedade era rígida, então… Woodstock só pintou em 1969!
– E Deus criou Brigite há 90 anos, mas ela parou de atuar há 50. Alinha-se à direita, não gosta de imigrantes e ainda dirige sua fundação de defesa dos animais. Eu vivo reclamando da velhice mas, pela foto acima, dá pra ver que Deus se encanta com as belas mulheres…
13 – Que me xinguem analistas e comentaristas, mas conhecimento é fundamental!
Friederich Nietszche: “O verdadeiro homem quer duas coisas: perigo e jogo. Por isso quer a mulher: o jogo mais perigoso.”
14 – Quem diria? ainda se faz Jornalismo no Brasil: leituras (e vídeos) que acho importantes