Quem diria? ainda se faz Jornalismo no Brasil: leituras (e vídeos) que acho importantes
Que me xinguem analistas e comentaristas, mas conhecimento é fundamental!
Benjamim Disraeli: “Sem publicidade não há espírito público, e sem espírito público não há nação que não decaia.”
1 – Me comove o desmedido espírito público dos resilientes coronéis nordestinos. Biu de Lira, prefeito de Barra de São Miguel/AL e pai do presidente da Câmara, perdeu mais de 20% de seu patrimônio nos 04 anos de mandato. Mas se candidatou à releição…
– Não se importa porque o que interessa é beneficiar o povo sofrido de sua cidade. E, certamente, o filho deve recompensá-lo com inúmeras emendas parlamentares ‘intransparentes’…
2 – Quem me segue sabe que sou extremamente descrente da humanidade. Mas confesso que, apesar de todos os seus defeitos, as redes têm balançado esta certeza que pensava consolidada em tantos anos de vida. Há esperança pros seres humanos, ainda!
– Se os que se emocionam com este vídeo prevalecerem…
3 – O tucano Beto Pereira, aproveitando-se da lerdeza da Justiça, trocou de cor entre 2022, quando se elegeu deputado, e 2024, em que se candidata à prefeitura de Campo Grande/MS: ele era branco e agora é pardo! Uma mudança e tanto para quem sempre se…
-…vangloriou do trisavô mineiro que aportou na região com seus escravos e lá criou uma família secular da elite campograndense. Explicação 1: hoje, candidaturas de pardos ou negros recebem cota extra de grana do Fundo Eleitoral. Explicação 2: ele é bolsonarista.
4 – Mostrei este vídeo pra uma jovem amiga e ela não gostou. Indignou-se com o fato do desfile não passar de uma promoção comercial usando criancinhas e animais. Realmente, é desesperador o que o capitalismo – que tem muitos aspectos positivos – fez com o mundo.
– Crianças, quase bebês, que se portam como modelos profissionais é algo que me assusta. Afinal, atrás deles há pais que trocam a infância dos filhos por um punhado de dólares! Mas que é algo lindo de ser ver, lá isto é!
5 – Mais um político bolsonarista muda de cor pra disputar a reeleição: o prefeito de Porto Alegre, que registrou-se como branco em 2020, agora é pardo. Mas ele tem outra razão que não a de ter mais recursos pra campanha: ele empardeceu ao percorrer as ruas cobertas…
-…pelos dejetos dos esgotos transbordados pelas enchentes que inundaram a cidade, causados, aliás, em parte, pela má gestão dele.
6 – Não… não é uma pastora ensinando seus fiéis a se livrarem de Satanás e seus despachos malignos. É uma coach instruindo um grupo de pessoas a expulsar pensamentos negativos que as impedem de realizar seus desejos. A quantidade de imbecis que acredita…
-…numa ou noutra é que faz São Paulo ter um pastor coach como candidato a prefeito!
7 – Não sei quem é a figura que ensina o caminho pra zerar o déficit público. É claro que ele não recebe salário mínimo… é claro que ele transita pela Faria Lima e é óbvio que ele sabe como é bom ter conta em off shore de paraíso fiscal!
– Ah! Como este país ficaria mais justo se tivesse um paredón!
8 – Alguém, por acaso, já viu o Eduardo Marinho participando de algum debate numa tevenews? Não há chance! Que contra-argumentos Merval Pereira ou Jair Pinheiro ou Demétrio Magnolli usariam pra contestar suas afirmações? Que as empresas é que movem o mundo?
9 – O Brasil continua subindo a rampa do desenvolvimento econômico, retomando o espaço que ocupou há 10/15 anos atrás. Mas os barões da imprensa não acreditam em números, só nos analistas e especialistas que contratam para desconfiarem dos números.
10 – Perdoem-me os bolsonaristas que fizeram dele o MitÔ, uma figura irretocável, inatacável e venerável… Mas esta cena é desmoralizante sob qualquer ângulo, da pasta pra esconder a barriga ao balanço de um lado pro outro. Mesmo que seja isto que o mantém imbrochável.
11 – A cada vídeo destes rolando nas redes, de cenas rotineiras em rodovias e outras áreas periféricas de São Paulo, eu me pergunto: quem são, realmente, os bandidos? Os que são abordados ou os que abordam?
12 – Meu pai era rato de livraria. E não comprava um ou dois livros, levava uma dúzia de cada vez. E lia-os todos. Não foi o caso da minha mãe, que só se tornou uma leitora ávida após a morte dele. Mas, por insistência dele – talvez castigo – ela leu Guimarães Rosa, leitura não muito fácil.
– E talvez contra as expectativas dele, ela adorou… as histórias, a mineiridade, as lindas invencionices linguísticas. Foi ela que me fez ler, quando eu comecei a passar um bom tempo na biblioteca de meu pai, Grande Sertão: Veredas. E a sonhar com amores platônicos e impossíveis.