Quem diria? ainda se faz Jornalismo no Brasil: leituras (e vídeos) que acho importantes
Que me xinguem analistas e comentaristas, mas conhecimento é fundamental!
Roberto da Mata: “A elite brasileira não gosta do Brasil e não se pode cultivar o que não se gosta. Se existe desprezo, não existe reflexão.”
1 – As manchetes são o retrato de um país que a elite adora: enquanto os senadores estudam aprovar mais um penduricalho salarial pra juízes e procuradores – que já tem altos salários e muitos penduricalhos – PF realiza operação contra empresários que fraudam o SUS
– Como se sabe, a elite brasileira acha que o Brasil ainda é uma colônia, lugar ideal pra se explorar riquezas naturais que viram fortunas a serem gastas em Miami e Paris ou ficarem endendo em paraísos fiscais, sem pagar impostos.

2 – Bom… de uma coisa os brasileiros podem ficar certos. Se o bolsonarismo continuar poderoso – 32 mil cariocas na praia de Copacabana sem curtir o sol e o mar num domingo é fantástico! – eles voltam ao governo e realizam um sonho: tornar o Brasil o 51° Estado americano!
– Já temos pelo menos 03 candidatos à Câmara dos Representantes ianque: Marcel Van Hatten, Edward Girao e Gustav Gayer. Minha dúvida em relação ao discurso deste no comício: Elon Musk ouviu-o e entendeu-o? Inglês com sotaque goiano não é muito fácil…
3 – É uma realidade que o Brasil sempre foi colonizado. Não apenas como a inevitável conseqüência da descoberta por Portugal mas, e principalmente, pelo total poder que a elite exerceu sobre o povo, impedindo todas as manifestações mais nacionalistas.
– De uns bons tempos para cá, somos uma boa colônia americana. Até na língua, como evidencia a grande imprensa. A manifestação do ex-mitô não fracassou ou falhou… ela flopou, do verbo to flop, que significa fracassar ou falhar. Flopou é menos contundente, né mesmo…?

4 – Nos meus tempos rebeldes, lá em Belzonte, eu criticava muito os políticos que , eleitos por um Estado conservador, representavam os mineiros na capital federal. Eram muito ponderados, apaziguadores, propondo mudanças para que tudo ficasse como estava.
– Mas eram políticos preparados, que entendiam os temas em discussão no Congresso. Nunca cometeriam a asneira do atual representante de Minas no Senado. Excelência, leia a Constituição (Art.15, III)… prisioneiro condenado não tem direitos políticos e não pode votar!
5 – Paulista é conservador, carioca é gozador. Domingos, paulista vai passear na Paulista, a Wall Street brasileira, fechada pra que o povo ande por calçadas pisadas por ricos e sonhe que um dia também ali trabalhará nos dias da semana. Como um igual.
– Domingos, carioca vai pra Copacabana, pegar onda, ver e paquerar mulher gostosa (ou homem gostoso), tomar chops e jogar conversa fora. Já ambos, se bolsonários, gostam é de xingar e odiar… e nada melhor que malafaias, nikolas, gayers e que tais xingando num dia de domingo.

6 – Quando o Bolsa Família foi lançado no governo Lula, a direita (que ainda não era esta radical de hoje) foi contra, alegando que era um programa eleitoreiro do PT. Ele foi tão meritório – e continua sendo – que a ONU indicou-o como um dos mais eficientes programas…
-…de combate à fome e de distribuição de renda. Em 2022, a direita radical, da qual o general faz parte, transformou-o no Auxílio Brasil, um programa efetivamente eleitoreiro que botou milhares de safados recebendo auxílio indevidamente (pra votar no ex-mitô).
– A imprensa pode ser verdadeira… O general, com certeza, não é!
7 – É interessante observar como os problemas mais urgentes do Brasil mudam, de acordo com os interesses da imprensa familiar. Até 2022, os grandes problemas eram os ataques bolsonários ao Judiciário, o aumento da miséria, o descontrole fiscal e o feminicídio.
– Em 2023, as manchetes alardeando tais problemas foram sumindo à medida que o país ia sendo reconstruído e, em 2024, “novos” problemas tomaram conta da imprensa: as crises de governabilidade, os improvisos de Lula, Congresso x STF e a segurança, o maior deles.
– Que na visão dela, imprensa familiar, pode ser resolvida com a política do Tarcísio.

8 – O Gleen Greenwald tem uma história no Jornalismo americano, ganhador que foi de um Prêmio Pullitzer. E tem uma história no Jornalismo brasileiro, como diretor do The Intercept Brasil, que divulgou a Vaza Jato, com as ilegalidades de Moro, Dallagnol e seus intocáveis.
– Mas a Heloísa Villela também tem, lá e cá: são anos e anos como correspondente da Globo e da Record nos Estados Unidos, tempo suficiente pra distinguir as diferenças sociais, culturais, políticas e jornalísticas entre um e outro. Greenwald deveria distingui-las, também.
9 – Deus retomou sua cidadania brasileira? Parece que desde que o miliardário e radical bolsonarista Elon Musk passou a ameaçar o Xandão e xingar o Brasil e Lula, sua aura de grande autoridade das finanças mundiais passaram a ser contestadas pelos acionistas de suas empresas.
– Além da queda na fortuna pessoal, as ações da Tesla, mais vistosa delas, perdendo a concorrência pros carros elétricos chineses, já perderam quase metade do valor em Bolsa. Merecidamente. Pena que quem sofre mesmo são os empregados: 10 mil já foram demitidos…

10 – A gente sabe que isto não é uma prática exclusiva de bolsonários… Nossos egrégios parlamentares têm uma vocação enorme de rodar pelo mundo, especialmente Europa e Estados Unidos, em conferências, palestras, cursos e visitas a outros Congressos.
– É instrutivo, abre a cabeça para o que acontece de relevante no mundo, permitindo-lhes trazer boas práticas legislativas para nosso país. E com uma grande vantagem: é tudo de graça, pago por nós…
11 – Evidentemente, quando ele se refere ao couro duro, ele não está se comparando a um burro, numa contraposição ao Lula. A qual animal, então? Ao jacaré, talvez? Por isso, ele não queria que as pessoas se vacinassem contra covid? Que poderiam ficar com o couro igual ao dele?
– Afinal de contas, como disse a Martha Suplicy, ele é psicopata, e psicopatas se acham únicos e incomparáveis… além de imbrocháveis, claro!
12 – Pois é… a Martha Suplicy, antes de ser política, prefeita, senadora, é psicóloga, e teve papel fundamental para uma geração de mulheres ao debater sexo em seu programa de tevê. Ou seja, ela tem história, conhecimento e vivência política pra definir bem o ex-mitô.
– E a Rita Lee tornou-se um símbolo das mulheres livres deste país, desde que surgiu como Mutante em plenos tempos sombrios. Naqueles tempos, liberdade significava sexo sem tabus, maconha e “Abaixo a ditadura”. Loucura? Bem mais saudável que a psicopatia do ex-mitô…